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A Warner Bros. e a Pokémon Company uniram-se para produzirem uma longa metragem em live-action da série Pokémon e inspirada no jogo Detective Pikachu. Como é que ficou o resultado final? É isso que vamos explorar nesta crítica!
Antes de mais, para os que não me conhecem, fica o aviso: sou fã de Pokémon já há mais de 20 anos. Precisamente por isso, vai ser inevitável que a minha opinião não seja acompanhada de reparos sobre os jogos da série principal e todo o lore envolvente. Mas os spoilers, esses, ficarão de fora!
Tim (Justice Smith) e Pikachu (Ryan Reynolds) | Foto: Warner Bros.
A história começa quando o detetive Harry Goodman desaparece misteriosamente, levando Tim, o seu filho de 21 anos, a investigar o sucedido. Tim conta com a ajuda do antigo parceiro de Harry, o Detetive Pikachu, que sofre de amenésia e não se recorda do seu passado. O mais intrigante é o facto de Tim conseguir entender Pikachu e vice-versa, o que torna esta aventura tão envolvente. O Detetive Pikachu está convensido que Harry não morreu relamente, apenas simulou a sua morte, o que leva o duo de heróis numa demanda pelo seu paradeiro em Ryme City.
Tenente Yoshida (Ken Watanabe) | Foto: Warner Bros.
Sem querer desvendar muito mais da história, sou forçado a dizer que esta trama não é das mais rebuscadas nem das mais surpreendentes: o enredo segue de uma forma linear e por vezes bastante previsível, embora consiga esconder um ou outro detalhe que levam o espectador a pensar "Sim senhor, bem feito, não contava com esta!". Uma batalha típica entre o bem e o mal, com o vilão a servir um papel um pouco genérico dentro do estilo "cientista louco que quer moldar o mundo à sua imagem" que, apesar de previsível, foi decentemente explorada. É notório o esforço para tentar fugir ao cliché mas sem medo de o assumir de vez em quando. Pode parecer confuso, mas fará sentido para quem já viu o filme.
Lucy (Kathryn Newton), Psyduck, Pikachu e Tim | Foto: Warner Bros.
Ir ver Pokémon Detetive Pikachu implica que esteja a ser cumprido 1 de 3 cenários possíveis: ou se é fã de Pokémon (ou foi em algum ponto na vida), ou se é companhia de algum fã que não tem ainda idade para ir sozinho ao cinema, ou então é-se alguém que está completamente enganado no filme ou então era a única sessão disponível! Se fazem parte dos 2 últimos grupos, podem não conseguir apreciar todas as referências presentes no filme (não que com isso dizer que não possam apreciar o filme), mas se fazem parte do grupo de fãs, então o filme não desilude!
Bulbasaur | Foto: Warner Bros.
Para quem está habituado a ver Pokémon no seu estado animado, pode haver alguma estranheza a ver estas criaturas com um aspeto real, mas a aparência dos Pokémon está tão bem trabalhada que essa estranheza rapidamente se transforma em fascínio e inveja que aquelas criaturas só sejam possíveis no ecrã! Não há nenhum modelo de Pokémon que esteja mal trabalhado ou que pareça estranho aos nossos olhos. No entanto, para quem é fã, é impossível não deixar que eles se simplesmente confundam com a paisagem: vamos estar constantemente a tentar detetá-los todos, dizendo os nomes de cada um deles mentalmente (ou à pessoa ao nosso lado, tal como: "Olha, aquele Pancham é mesmo fofinho").
Charizard vs Pikachu | Foto: Warner Bros.
Desenvolver um filme inspirado num videojogo tem-se mostrado um grande desafio para as mentes dos roteiristas de Hollywood. No entanto, tenho que dizer que esta longa metragem não se encaixa na categoria de falhanços! Um dos grandes problemas é quando os filmes tomam liberdades criativas que quebram as regras do jogo (trocadilho propositado) e as forçam para servir o seu propósito, mas este não foi o caso com este filme. O lore da série parece ser quebrado por vezes, mas depois lá vem uma explicação que justifica tudo e que mostra que afinal as coisas não eram como pareciam ser. Isso pode acontecer por a série de Pokémon ter um lore muito vasto e já com vários anos de regras definidas e exploradas, mas todas elas parecem funcionar bem no mundo real, o que não compromete o filme de forma alguma. É algo que os fãs não têm que se preocupar.
Howard Clifford (Bill Nighy), Pikachu e Tim | Foto: Warner Bros.
Pokémon: Detetive Pikachu é um filme que entretém e diverte, construído para ser um filme interessante quer se conheça o produto base, quer não. Obviamente que quem é fã vai apreciar muito mais do que quem não é, mas isso é inevitável. Pode não ser o melhor filme de 2019, mas certamente que ficará bem longe de ser o pior. Uma coisa é certa: pode estar aqui aberta uma porta para mais filmes deste género sem que os fãs de videojogos torçam o nariz e pensem "cá vem mais um desastre".
Esta crítica foi feita com base um visionamento do filme na sua versão original, legendada. Existe uma versão dobrada, disponível nos cinemas.
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