O ano de 2013 pode parecer muito distante nesta altura, mas foi essa a data original do lançamento do Pikmin 3 para a Wii U. Agora, 7 anos depois, o jogo chega para a Nintendo Switch na sua versão Deluxe!
Antes de mais, acho que é importante realçar o seguinte: esta análise foi feita por alguém que nunca antes jogou um título Pikmin, nem mesmo a versão original na Wii U, por isso esta análise acaba por ser mais uma abordagem completamente fresca ao jogo, em vez de uma simples comparação à versão lançada em 2013.
O conceito dos Pikmin, as fantásticas e fascinantes criaturas que saltam à corda com a linha que separa fauna de flora, é relativamente simples de entender, mesmo para quem chega agora à franquia: são pequenos seres que possuem diversas características diferentes consoante a sua cor e forma. Para quem está familiarizado com a série de jogos, neste jogo de estratégia em tempo real não controlamos Olimar como nos jogos anteriores (que conheço apenas dos jogos de Super Smash Bros.), mas sim 3 novas personagens: Alph, Britanny e Charlie.
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Os Pikmin são bons para lutar, mas tens de ter cuidado com as escolhas que fazes! | Foto: Nintendo
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O jogo começa com a chegada e a separação dos 3 protagonistas a um planeta que têm de explorar na sua procura de comida para salvar o seu planeta-natal da fome. À medida que o jogo vai avançando, não só vamos encontrando diferentes Pikmin, como também vamos resgatando os nossos colegas de equipa e a exploração fica mais abrangente, sendo que podemos mandar um membro da tripulação para uma zona do mapa com um conjunto de Pikmin, enquanto que nós controlamos outro membro para descobrir novas zonas do mundo que ainda não tínhamos explorado.
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Os vários tipos de Pikmin | Foto: Nintendo
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A jogabilidade tem algo que se lhe diga: há uma ligeira curva de aprendizagem, sobretudo se estiverem habituados a jogos em que o tempo é "congelado" e podem pensar numa estratégia. No final das contas estamos a falar dum jogo de estratégia em tempo real, e é conforme o cronómetro vai andando que temos de tomar as várias decisões que o jogo nos exige! Os vários mundos têm formas de exploração diferentes e inimigos distintos que nos obrigam desde o início a pensar na nossa estratégia. Que Pikmin levo? E quantos de cada tipo? Posso dispensar algum dos meus colegas tripulantes para explorar várias zonas do mapa em simultâneo ou vou precisar de usar todos para uma zona específica? Estas são apenas algumas questões que temos de dar resposta mal o dia começa!
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Usar os Pikmin para explorar e combater é algo fundamental no jogo | Foto: Nintendo
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Os Pikmin servem como os nossos pequenos soldados, e temos que os utilizar de forma inteligente para explorarmos o mapa, recolhermos todos os recursos e derrotarmos os vários inimigos que nos são apresentados ao longo dos níveis. Para isso, temos de tirar partido das diferentes características dos vários Pikmin, com a certeza porém que pelo final do jogo, já somos verdadeiros especialistas nesta tarefa. Tenham atenção a uma coisa: no final de cada dia no jogo (cerca de 15 minutos na vida real), têm de ter todos os vossos Pikmin na vossa equipa e não à deriva pelo mapa, caso contrário, vão começar a perder forças nos vossos exércitos!
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O modo cooperativo local convida-vos a explorar o mundo com um amigo | Foto: Nintendo
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Não podíamos ter um jogo para a Nintendo Switch que não tirasse proveito dos Joy-Con, mais especificamente do facto da consola trazer 2 de fábrica (assumindo que não compraram a Switch Lite, está claro). O modo co-op local é a novidade que este modo Deluxe nos trás para cima da mesa. Usar este modo é bastante útil para se entreterem com um amigo e ajuda imenso na progressão rápida: em vez de enviarem um membro da tripulação para uma zona mais recôndita do mapa e irem gerindo a exploração alternadamente, o modo de 2 jogadores permite que cada jogador possa explorar ativamente a sua zona do planeta sem terem de estar a pensar demasiado a fundo no que precisam de fazer com cada uma das personagens, algo que acontece e pode ser um pouco frustrante quando estamos a jogar sozinhos.
Pikmin 3 Deluxe apresenta-nos uma jogabilidade simples de entender, mas pode ser complicada para dominar, sobretudo para os menos experientes. A frustração de ir perdendo alguns Pikmin ao longo dos níveis (e acreditem que vai acontecer) dá-nos um incentivo para tentar-mos ao máximo que a nossa expedição corra na perfeição. Ir desbloqueando novos Pikmin com novas habilidades ao longo do jogo, dá-nos a vontade de explorar zonas anteriores que sabemos perfeitamente que não vimos tudo na nossa primeira passagem. Apesar de poder parecer que o jogo é extenso (tem potencial para isso), a verdade é que em menos de 8 horas bem coordenadas podem chegar ao final do modo de história. A premissa simples e pouco profunda da história não dá aso a muitas invenções e acaba por criar um sabor agridoce na boca: se por um lado fico satisfeito que os desenvolvedores tenham sabido quando parar, por outro lado acho que com uma história diferente ou uma abordagem alternativa poderíamos ter história para mais umas horas de jogo. Ainda assim, Pikmin 3 Deluxe entretém e dispõe bem. Já para não falar que é estranhamente viciante. Decidi dar a nota de 8 em 10 Pikmin.
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8 em 10 Pikmin
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Fica agora a vontade de jogar um verdadeiro novo jogo de Pikmin. 7 anos depois do lançamento do original já merece, não achas, Nintendo?
Análise feita com base num código final de jogo, gentilmente cedido pela Nintendo Portugal.
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